segunda-feira, 26 de dezembro de 2011





APELO AO AMOR

As desventuras do amor,
Levam-me a demência.
Tirando de mim a razão e consciência,
Deixando apenas um propósito.
Propósito de reconquistar você.
Minhas desventuras se fazem por mim mesmo.
Eu sou o maior culpado.
Culpado porque amo sem noção do ferir.
O amor me consome de tal maneira,
Que me faz criança,
Que diz o que sente sem pensar.
Muitas vezes palavras ditas com negativas emoções,
Imperceptíveis pelo consciente.
Afinal,
Nesses momentos,
Sempre estou tomado pela demência.
Causador disso,
O amor ainda brinca comigo,
Tirando-me você...
Magoando você...
Gostaria de pedir a esse amor uma trégua,
Deixe-me amar sem ofender ou machucar.
Pois machucando quem eu amo,
É o mesmo que mutilar-me a cada ofensa...
Esse é meu apelo.

                                 William Ataide







MUNDO DO DESAPEGO

Onde me encontro,
Cultivam-se flores com pétalas de cinzas,
E espinhos que gotejam sangue.
São jardins enegrecidos pelo fumo.
Almas são carregadas por sua fumaça densa.
Almas sofridas, desencarnadas a força, e tiradas do AMOR.
Desvio-me de mãos a me puxar,
Emergindo das terras negras como larva seca,
Pegajosas e infectadas pelo mal.
Avisto um sinal de luz,
Que logo se transforma em uma enorme bola de fogo.
Com um olhar amaldiçoado em seu interior.
Olhar da “Morte”!
Esse me persegue.
Escondo-me entre fendas,
Integro-me a natureza morta.
Lá todos são iguais,
Podres de carne.
Facilmente confundidos com o cenário sem vida.
“ELA” se distrai.
Fujo como um louco de um sanatório.
No desespero, entro em qualquer viela.
Alucinado, só faço pensar abstraindo até VOCÊ.
Tomando-me e libertando desse limbo.
Mostra-me paraísos inimagináveis.
Sensações de dimensões cósmicas.
Excitação da alma (nem sabia que existia).
Sem deixar-me gozar de total prazer,
“ELA” vem e me resgata para minhas verdades.
Volto a viver me esquivando.
Lutando para sobreviver.
No Mundo do Desapego.

                                                                                                               WILLIAM ATAIDE







Gostaria muito de estar do seu lado AGORA.
Sua falta é inestimável, me faz perder a noção do tempo: dias, meses, anos sem te ver? Não sei.
Sinto-me perdido, sem inspiração, andarilho da mente, sem encosto para minha dor... Sem você!
Noites quentes que me recordam seu corpo ávido por desejo, intenso e verdadeiro... Corpo quente... Alma quente!
Noites sem você!
Dias alucinantes e eternos, como meu Amor por você.
Dias sem você!
Momentos que me fazem sentir você, e querer e querer, sua presença.
Momentos sem você!
Miragens desse olhar magnetizante, me tomam, me envolvem, me cercam...
Miragens, só, miragens...
O Amor é uma força de proporção e beleza sideral.
Quanto querer em um só coração!
Como ele consegue abrigar tanto Amor, dentro de mim?
Um ser pequeno e desprezível.
Mas também um ser, doador de seus sentimentos, seguidor dessa verdade, fiel à emoção, dedicado ao prazer das carícias inocentes, amante do bem querer, obstinado aos seus cuidados.
Esse ser, esta entregue aos seus desejos e caprichos, seja eles quais forem.
Esta entregue ao seu Amor seja ele qual for.
Difícil, pois não tenho escolhas, ele me invadiu.
Gostaria que fosse diferente, mas não o faço, porque render-se a seus encantos é impossível.
Como pode uma mulher fazer tanta falta (falta inexplicável) para um homem?
Que magia é essa que me encanta, me seduz e me cega?
Que me faz delirar...
Até quando vou agüentar...
Sem você, vivo em delírios constantes e absorventes do meu ser, capazes de me abstrair sem um retorno previsto.
Incansavelmente TE AMO.

                                                                                                                      William Ataide

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CHOUPANA DE SAPÉ



Meu coração virou sua morada.
Estanciar em meu ser dignifica-me.
Caprichosamente, sua parada do repouso é decorada.
Sem luxo, singelo, aconchegante, quente, acolhedor e relaxante.
Seu albergue do prazer.
Este sempre vago.
Esperando por você, ávida por mim.
Espaçosa, o preenche, não deixando espaço nem pra mim.
Às vezes acho que não te comportas tamanha sua presença.
Quando vai embora, deixa tudo desarrumado.
Meu coração despenteado.
Meus sentidos se dispersam me deixam.
Encontro-me, ao anúncio de seu retorno.
Minha morada floresce novamente.
Enche-se de inspiração para sua chegada.
Tendo agora um propósito, uma luz.
Como todo bom recanto, conta com a conspiração das estrelas.
Com o ar das florestas.
Com a maciez das águas.
Com o seu perfume.
Será sempre seu regalo.
Designo-a, CHOUPANA DE SAPÉ.

                                                                                                                                 William Ataide

ASTRO DO AMOR



Estou extasiado!
Como consegue me confinar nas trevas...
E resgatar, na fração de um piscar, para sublimes delírios de sede excessiva...
Apenas com um "simples olhar"?

Essa noite foi diferente...
ardente...
nervosa...
gostosa...
ciumenta...
envolvente...
decantada...
possuidora...
inflamável...
que jamais sairá da minha vida.
 

Noite criticada pela Lua.
Astro cognitivo do amor não esteve presente em todos os instantes.
Sua influência se fez no silêncio dos lábios fendidos.
Que ao perceberem sua presença, rederam-se as palavras.
Palavras que por sua própria beleza e força, nem precisariam ser declamadas.
Palavras que sucumbiram meu desprezo.
Esse Astro de beleza efêmera, sempre conspira a favor do amor.
Me desarmando, deixando-me completamente a mercê do "seu" amor.
Seus lábios me convencem a não palpitar inverdades.
Seu cheiro me eleva como o de uma torta que acabará de sair do forno... Faz-me flutuar.
Sua pele é uma pluma, maciez de veludo e alva como a paz.
Paz que tranqüiliza meu ser.
A lua já não mais critica.
Ela agora brilha, reflete toda a magia do amor em nossa direção.
Esse brilho se concentra nos seus olhos.
E me faz sentir HOMEM, distinto, capaz de abrigar o "seu" AMOR.
 
                                                                                                           William Ataide